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Superando dificuldades ao brincar: uma abordagem responsiva! (Autismo parte 1)

Saindo um pouco da hipnose, venho escrever sobre o autismo, já que tem sido um assunto que permeia meu cotidiano no momento. Portanto, antes de explicar sobre a abordagem, vejo mais do que necessário a explanação do termo autismo, o qual tentarei colocar sucintamente algumas de suas características/informações.

Primeiramente uma caracterização do autismo é que ele se encontra dentro dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), ou seja, pode haver: dificuldades de socialização; atraso de linguagem e comunicação; comportamentos disruptivos (disrupção: difícil condução – agressividade; enfrentamento). Já nas especificidades do autismo, encontra-se: isolamento social; déficit quantitativo e qualitativo de comunicação; padrões de comportamento, atividades e interesses restritos e/ou estereotipados.

Hodiernamente na linguagem da saúde, tem se denominado o autismo como “Espectro autista”, pois compreende-se que existe vários graus de variação no autismo, indo do leve ao grave. É exatamente por cada autista ter as suas dificuldades que chamasse de espectro, pois não tem como rotulá-los da mesma maneira. Além disso, há o fator de ser desconhecida a causa do espectro autista, considerando-o como um distúrbio complexo do desenvolvimento comportamental, de etiologias múltiplas de graus variáveis. Ainda não se sabe o que o causa, mas há grandes indícios neurobiológicos, porém não há conhecimento sobre como se desencadeia.

Para ajudar a identificar o espectro autista desde cedo na criança, colocarei as 3 (três) principais características gerais com as possíveis formas de ser observado. Preste atenção nelas, pois quanto antes à criança for diagnosticada, tender-se-á a ser melhor para criança se for trabalhado devidamente. Lembre-se, de nada adianta diagnosticar se não trabalhar com ela, pois assim só aumentará o estigma sobre o espectro do autismo. Então, vamos às características:

  • Dificuldade na interação social:
    • Isolamento social;
    • Comportamento social impróprio;
    • Pobre contato visual;
    • Indiferença afetiva ou inadequada;
    • Auto percepção ou percepção do que o outro pensa ou sente inadequada;
    • Atenção compartilhada comprometida.

Obs.: Podem ser “violentos” por terem dificuldades de expressar suas emoções.

  • Déficit na comunicação:
    • Dificuldade de compartilhar informações com os outros;
    • Linguagem imatura (jargão – ecolalia; reversão de pronome, ou seja, falar em 3ª pessoa, prosódia anormal e entonação monótona);
    • Falta de reciprocidade;

Obs.: Eles têm uma percepção muito diferente do comportamento, e por isso se você der uma camiseta apertada, ele pode querer logo tirar, pois sentirá muito incomodado com ela.

  • Padrões de comportamento restrito e estereotipado:
    • Resistência à mudança;
    • Insistência às rotinas;
    • Apego excessivo a objetos específicos;
    • Fascínio com movimento de peças;
    • Alinhamento ou manuseio em detrimento do simbólico;
    • Autoagressão e heteroagressividade;
    • Não reconhece o perigo;

Obviamente há outras características dentro dessas três principais, porém para não ficar com o texto muito longo, selecionei apenas essas citadas. Outro ponto importante a considerar são os fatores de risco, os quais são: irmão com autismo ou TGD; histórico familiar com esquizofrenia, distúrbio afetivo ou alguma deficiência intelectual; mãe e/ou pai com mais de 40 anos e o bebê nascer com menos de 2,5 kgs e/ou menos de 35 semanas.

Em relação ao tratamento, procura-se uma abordagem multidisciplinar (fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, pedagogia,…) e com intervenções precoce (assim que a criança for diagnosticada ou estar enquadrada mas sem diagnóstico fechado – as intervenções não farão mal algum caso a criança não se encontre dentro do espectro); a criança tende a melhorar com o decorrer da idade; estratégias específicas no suporte pedagógico e comportamental; tratamento medicamentoso; orientação à família; atividades físicas; escolarização.

 

Dicas e observações:mapa mental autismo

  • Cuidado com sacrifícios extremos;
  • Usar as obsessões e rituais como fonte de motivação, reforço e redução da ansiedade;
  • Observar se há dor (ouvido, dente, abdômen);
  • Equoterapia;
  • Sempre busque atualizar-se a respeito do espectro do autismo.

 

Deixaremos o próximo post para falar mais a respeito sobre a abordagem lúdica com o autista. Desde já, muito obrigado pela atenção!

 

Leia também:
Superando dificuldades ao brincar: uma abordagem responsiva! (Autismo parte 2)

Superando dificuldades ao brincar: uma abordagem responsiva! (Autismo parte 3)

 

 

leu garcia
By Leonardo Garcia
Hipnólogo e Psicólogo formado em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá.

 

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=VzAlj6DPhGg