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Provoque Mudanças Positivas Hoje!

Se pararmos por um momento e perguntarmos a pessoa mais próxima como ela vive o cotidiano, é muito provável que a resposta não seja muito diferente do trivial “de casa para o trabalho”. Conforme vivemos e nos relacionamentos com as responsabilidades da vida adulta, estabelecemos um ciclo que nos organiza, formado por pequenos hábitos. No entanto, esse ciclo se estabelece naturalmente, e considerando que mantemos nossos pensamentos carregados de preocupações, não paramos para analisar integralmente os cronogramas diários, pois buscamos ao máximo aproveitar o tempo livre adicionando minutos a mais na duração do sono ou se envolvendo com algum entretenimento qualquer. A isso denomina-se a economia psíquica, e esse é um fato comum a todos nós.

Caso a rotina estabelecida seja saudável, não haveria problemas em não dispor um tempo para pensar e repensar a sua organização. Porém, não saberemos identifica-la sendo saudável ou não se não pararmos e pensarmos a respeito. Uma rotina não saudável só é percebida quando surgem sintomas físicos ou psicológicos que começam a interferir nas atividades diárias. E assim, a pessoa se encontra em uma situação de alerta, onde recebe a notificação de um médico sugerindo que caso os hábitos não sejam alterados é possível que os sintomas se intensifiquem e possam gerar problemas graves de saúde, ou até mesmo que um problema grave já tenha surgido e permaneceu até então ameno.

Portanto, é necessário refletir a respeito dos hábitos diários que constituem a sua rotina, cotidiano ou ciclo. Para cada hábito, assim como para toda a rotina, é importante fazer as seguintes perguntas: são benéficos? Como você se sente, bem/mal, feliz/infeliz? por quê? E a partir das respostas pode se ter uma ideia de como você se relaciona com seus hábitos e se pode considerar sua rotina como saudável ou não.

No mesmo movimento de reflexão podemos também inserir uma análise das possibilidades de mudanças de hábitos. Embora uma mudança pareça difícil, no primeiro momento, encontrando os pontos principais que precisam ser alterados, e com quais outros se relacionam, é possível tornar o processo mais fácil e mais rápido. A análise consiste na reflexão sobre quais ações estão vinculadas a determinado hábito e quais o fortalecem ou enfraquecem. Por exemplo, o hábito de uma má alimentação, desencadeado por estresse, na maioria dos casos, se mantém como uma fuga das situações e pensamentos estressantes em busca da obtenção de um prazer momentâneo.

A partir do momento que se identifica esse fator, é possível encontrar alternativas que proporcione também sensações de prazer e diminuam a percepção do estresse, permitindo o alcance do bem-estar. Nesse caso, a prática de um exercício físico é uma das alternativas. E o segredo para torna-la tão prazerosa como o comer excessivamente é se envolver em uma prática coletiva, onde exista a socialização e a troca de experiências, como em um grupo de corrida, por exemplo.

As vantagens de se estabelecer em prática coletiva, ou um grupo de corrida, são vários: os vínculos sociais, que trazem incentivo; o exercício físico em si, que traz prazer e bem-estar pela liberação de hormônios, como a endorfina; a percepção dos resultados corporais e psicológicos que começam a aparecer depois de algumas semanas de treino; e os impactos na rotina, que consistem em disposição e em determinação na execução das tarefas; entre outros.

Para a determinação, a partir do momento em que a pessoa começa a evoluir na prática de um exercício físico, alcançando suas metas e superando seus próprios recordes, ao mesmo tempo passa a se sentir forte e capaz, aumentando sua autoestima, e fazendo com que encare e supere qualquer desafio. Essa sensação de confiança pode se transferir para outras hábitos e atividades diárias, como o trabalho ou as relações sociais.

Após identificar os fatores envolvidos na manutenção de um hábito e como ocorrem, o foco passa ao planejamento. É possível programar a rotina que lide exatamente com o determinado hábito considerado inadequado, e que o previna ou diminua seus impactos no restante das atividades diárias. No exemplo da má alimentação, caso o hábito inclua o consumo de fast food após o trabalho, uma simples mudança na rota até a casa, a elaboração de um cardápio diário, de preferência com a assessoria de um nutricionista, e carrega-lo escrito/impresso em um pequeno papel guardado em sua carteira ou em um arquivo na área de trabalho de seu celular, ou até mesmo a elaboração em casa de porções de comida, como frutas, pequenos lanches ou marmita, que possa ser levado até o trabalho e consumido, podem contribuir muito para a mudança desse hábito.

É claro que as mudanças não acontecem imediatamente e que surgem imprevistos a todo momento, mas quando a determinação pessoal se desenvolve aumenta também a resistência frente as escolhas que não condizem com os objetivos almejados. Mas, a mudança precisa ser iniciada em algum momento, e o momento é agora. Então, reserve um momento do dia para refletir a respeito dessas questões, e caso tenha dificuldades na identificação dos fatores envolvidos em cada hábito ou em analisar a própria rotina, sugerimos terapia, pois consiste em um espaço dinâmico que facilita a análise dos acontecimentos diários e de sua vida psíquica.

 

leu garcia
By Leonardo Garcia
Hipnólogo e Psicólogo formado na Universidade Estadual de Maringá, co-fundador da Esportive.
leu garcia
By Henrique Oliveira
Psicólogo formado na Universidade Estadual de Maringá e co-fundador da Esportive. #teamesportive

 

REFERENCIAS:
BECK, J. S. Pense Magro – a Dieta Definitiva de Beck. 2008.
DALLARI, M. M. Corrida de rua: um fenômeno sociocultural contemporâneo. 2009.
DUHIGG, C. O poder do hábito: porque fazemos o que fazemos na vida e nos negócios. 2012.
TRUCCOLO, A. B; MADURO, P. A; FEIJÓ, E. A. Fatores motivacionais de adesão a grupos de corrida. Motriz, Rio Claro, v.14 n.2 p.108-114, abr./jun. 2008.