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Depressão e Suas Diferentes Causas

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o primeiro lugar, entre os países em desenvolvimento, no ranking da prevalência da depressão. Em todo o mundo, são mais de 120 milhões de pessoas que sofrem com a doença. Conforme as pesquisas, projeta-se que, em 2020, será a segunda maior causa de incapacitação no mundo. Conforme estudo epidemiológico publicado na revista especializada BMC Medicine, 121 milhões de pessoas estão deprimidas. Esse número é quase quatro vezes maior do que o de portadores de HIV/Aids, que corresponde a 33 milhões.

O termo depressão tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (a tristeza) quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou várias) doença(s).

Apesar de que o traço mais típico dos estados depressivos tenha destaque nos sentimentos de tristeza ou vazio, nem todos os pacientes relatam a sensação subjetiva de tristeza. Muitos mencionam, sobretudo, a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral e a redução do interesse pelo ambiente. Constantemente correlaciona-se à sensação de fadiga ou perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado.

Em um diagnóstico, leva-se em consideração os sintomas psíquicos, fisiológicos e evidências comportamentais. Para poder esclarecer melhor sobre a depressão, deve-se entender a sua causa, isto é, o que levou a pessoa depressiva a entrar nessa situação.

As causas do transtorno depressivo, foram classificadas em dois tipos, sendo eles: Depressão endógena ou maior; e depressão exógena ou reativa. Portanto, é primordial tal identificação para que possa ser feito qualquer tratamento, já que somente se tratando as causas é possível eliminar os sintomas da doença. A diferenciação importante entre os dois tipos reside no fato de a pessoa ESTAR deprimida ou SER deprimida.

Entretanto, distinguir uma da outra não é tarefa simples, devido à necessidade de se entender o assunto profundamente. Historicamente, o termo foi desenvolvido pelo botânico suíço Augustin de Candolle, mas, somente na década de 1850, que os termos endógeno/exógeno começaram a ser discutidos nas literaturas inglesas, com estabelecimento na psiquiatria só em 1893.

A depressão endógena é constitucional e biológica (endo=dentro), ou seja, que se origina da pessoa. Independe da situação vivencial, caracterizando-se por elementos da personalidade. Portanto, esse tipo que se origina no interior humano com manifestação independente dos pensamentos ou fatores externos visíveis. Tais reações são inconscientes em relação a acontecimentos do passado, considerando, até mesmo o que aconteceu no período gestacional com o feto e a mãe.

Nessa linha, pressupõe a existência de uma tendência congênita, residente na raiz da patologia, e que a inclui na mesma categoria a esquizofrenia e a psicose maníaco-depressiva. Portanto, a depressão endógena é detectada como uma ocorrência espontânea, em que os precipitantes psicossociais não têm relação alguma com a causa  por ser uma base que reside no organismo.

Ao tratar da depressão exógena, que pode ser identificada como neurótica, significa o reverso, já que ocorre de fora para dentro (exo=fora). É proveniente de fatos ou acontecimentos externos, como já mencionado, por se tratar de evento com estímulo exterior ao corpo, ocasionado por um acontecimento gerador de uma grande tristeza, como em caso de perda de emprego; frustração por não alcançar uma ambição; ou morte de parente ou ente querido. Nota-se, portanto, que fatores externos negativos podem influenciar o aparecimento da doença.

Na atualidade, entretanto, essa distinção entre os tipos é feita com pouco entusiasmo, apesar de sua importância, por propiciar o entendimento da causa. Vale a pena frisar que sem a identificação ou compreensão da causa, o esforço no tratamento se faz inócuo.

O transtorno depressivo tem maior incidência em mulheres, em torno de 10%, em contraponto à representatividade masculina, que permeia 6%. Com uma característica peculiar, as mulheres buscam ajuda especializada, ao contrário dos homens que tendem a negar a doença.

A depressão se manifesta por meio de sintomas físicos e psíquicos, mas, neste transtorno específico, os sintomas e sua intensidade alteram de pessoa para pessoa. Os sintomas físicos mais frequentes são esgotamento e a sensação de fadiga; ausência ou excesso de apetite; dores de cabeça; problemas digestivos; taquicardia e até cãibras musculares. Pode ocorrer, também, problemas dermatológicos tal como eczemas e perda de cabelo. Já, no que diz respeito aos psíquicos, os mais comuns são a tristeza e o abatimento, a ponto do doente se sentir incapaz de realizar os esforços necessários para superar a depressão.

Os depressivos costumam se sentir incompreendidos pelas pessoas que os rodeiam, acarretando  angústia e ansiedade. Com toda essa apreensão, a pessoa com depressão se comporta de forma inquieta e perturbada. Tende a se fechar em seu mundo, seguido por vezes de  crises de choro.

Para evitar tal distúrbio afetivo, podemos seguir dicas, tais como: Ter uma vida estimulante e agradável; estimular a busca pelo equilíbrio entre o prazer e o sofrimento; encontrar compensações internas para superar os problemas. Aprender a dizer NÃO perante suas vontades, principalmente, nas relações pessoais e profissionais é salutar para a saúde mental bem como para ter uma vida social saudável, à medida que proporciona a partilha de experiências e ilusões, e se permite conhecer pessoas novas, com recebimento e doação de afeto.

Pensar em si mesmo; conhecer-se; evitar o sentimento de culpa e o vitimismo; saber analisar os problemas com calma para poder descobrir ou criar possíveis soluções, sem se desesperar, são dicas fundamentais para uma boa saúde mental. E, sim, a depressão tem cura e está dentro de cada um de nós. Basta nos percebermos, com cuidado e amor.

O apoio de um profissional sério e confiável como um psiquiatra, psicólogo, psicanalista, hipnoterapeuta ou profissionais afins, vão ajudar de forma significativa .

Enfim, valorize sua vida e desenvolva todo seu potencial. O que está dentro de você é o seu melhor presente, conheça-se. A fé e o equilíbrio é fundamental, em todos os aspectos da vida, mental, emocional e comportamental, portanto não se deixe de lado, você é a pessoa mais importante do mundo em sua vida!

 

Israel CostaBy Bruna Lavalle
Reprogramadora mental e comportamemtal. Practitioner em Coaching e PNL Hipnoterapeuta, Psicoterapeuta Holistica – Apometria Clinica.
brunalcosta89@gmail.com
 

 
REFERÊNCIAS:
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BLEULER, E. Psiquiatria. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985.
CALLIGARIS, C. Introdução a uma Clínica Diferencial das Psicoses. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
LEWIS, A. ‘Endogenous’ and ‘exogenous’: a useful dichotomy? Psychological Medicine, 1971.
PESELOW, E. D. et al. Melancholic / endogenous depression and response to somatic treatment and placebo. American Journal of Psychiatry, 1992.
OLIVETO, Paloma. Segundo OMS, 121 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo. Correio Braziliense. Brasília. 26 de jul. 2016.
SÁ JÚNIOR, L. S. M. Classificação e diagnóstico fenomenológico das depressões. Jornal Brasileiro de Psiquiatria,  1983.